quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Judô nas Paraolimpíadas

A arte marcial foi a primeira modalidade de origem asiática a entrar no programa paralímpico. Desde a década de 70 já se praticava a modalidade. A estréia em Paraolimpíadas foi em 1988, em Seul. Na época, só lutaram os homens com deficiência visual. E assim foi em Barcelona, Atlanta e Sydney. Em Atenas (2004) marcam a entrada das mulheres nos tatames paralímpicos. A entidade responsável pelo esporte é a Federação Internacional de Esportes para Cegos, fundada em Paris, em 1981.
Assim como em todo o mundo, a década de 70 marcou o princípio do judô no Brasil. Em 1987, os judocas brasileiros participaram pela primeira vez de uma competição internacional, o Torneio de Paris. Desde quando a modalidade passou a fazer parte dos Jogos Paralímpicos, o País demonstra ser uma das maiores potências do planeta. Em Seul (1988), Jaime de Oliveira (categoria até 60kg), Júlio Silva (até 65kg) e Leonel Cunha (acima de 95kg) conquistaram a medalha de bronze. Com esses resultados, o judô passou a ser a quarta modalidade brasileira a subir no pódio paralímpico. Atlanta (1996) teve um significado especial: o Brasil conquistou pela primeira vez a medalha de ouro com o judoca Antônio Tenório da Silva, na categoria até 86kg. Em Sydney, Tenório foi novamente campeão paralímpico, desta vez na categoria até 90kg. As mulheres não ficam atrás. Karla Cardoso (até 48kg), conquistou no Mundial da IBSA, em 2003, a vaga de Atenas. Danielle Bernardes (até 57kg) ganhou o bronze e também carimbou seu passaporte para a Grécia. Em Atenas os brasileiros brilharam mais uma vez, com a medalha de ouro de Antônio Tenório (até 100Kg), a prata de Eduardo Amaral (até 73 Kg), a prata de Karla Cardoso (até 48Kg) e o bronze de Daniele Silva (até 57Kg).
Classificação
Nesta modalidade os atletas deficientes visuais das classes B1, B2 e B3, competem juntos, ou seja, do atleta completamente cego até os que possuem acuidade visual parcial.
Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B (blind, cego em inglês). Homens e mulheres têm o mesmo parâmetro de classificação.

  • B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.
  • B2 – Lutadores que já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus.
  • B3 – Os lutadores conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus.








Obrigado Até Maaaaais...

Maiores nomes do judô mundial estarão reunidos no Japão para o Grand Slam de Tóquio



O Grand Slam do Japão surgiu a partir da Copa Jigoro Kano, torneio idealizado para homenagear o criador do judô. A competição começou a ser disputada em 1978 apenas por homens. Na terceira edição, em 1986, um brasileiro entrava para a história ao se tornar o primeiro ocidental a ganhar o campeonato. Sérgio Pessoa foi campeão na categoria superligeiro.

“Essa conquista foi um marco para os atletas brasileiros, para mostrar que tínhamos condições e capacidade de ter bons resultados, de buscar medalhas. Para ganhar confiança foi muito bom”, disse Sérgio Pessoa, hoje treinador de equipes de base no Canadá.

A competição feminina começou a ser disputada apenas em 2007 e a partir de 2009 a Federação Internacional de Judô assumiu a organização do evento. O nome oficial passou a ser Grand Slam de Tóquio. Uma tradição que foi mantida desde os primórdios da competição é que o Japão pode colocar até quatro atletas por categoria, o que aumenta muito o nível técnico do torneio. No Mundial, por exemplo, cada categoria pode ter no máximo dois atletas de um mesmo país e nos Jogos Olímpicos, não há “dobra”.

A partir desta quinta-feira, outros 24 brasileiros tentarão fazer história ao chegar ao pódio do tradicionalíssimo torneio que terá 396 atletas de 55 países. O Brasil terá a terceira maior delegação, ficando atrás da Rússia com 28 atletas (14 homens e 14 mulheres) e dos donos-da-casa que terão nada menos que 56 atletas, 28 de cada sexo. A competição contará com a participação de oito dos 14 líderes do ranking mundial. Entre eles está a holandesa Kim Polling (70kg), mesma categoria de Maria Portela (14ª) e Nádia Merli (16ª). A “raçudinha dos pampas” vai em busca dos pontos para ganhar algumas posições e começar bem ranqueada em 2014 mas também da realização de um sonho.

“Olhamos as atletas inscritas e vimos que todas as japonesas que lutaram o Mundial e estavam de férias estão voltando. Tenho consciência que é uma das mais tradicionais e sempre tive vontade de estar naquele pódio. Quem sabe não seja o momento? Eu me sinto preparada para mais esta competição, com boas expectativas de bons confrontos”, disse Portela.

A ausência de alguns dos líderes do ranking, pode facilitar a chegada de alguns brasileiros ao topo da tabela. No pesado masculino, Teddy Rinner não estará no Japão e Rafael Silva pode se aproveitar da ausência para subir um degrau e assumir a liderança do ranking. Caso semelhante ao de Rafaela Silva. A atual campeã mundial é a terceira colocada entre as de peso médio, 128 pontos atrás da francesa Automne Pavia que não vai ao Grand Slam e 76 da alemã Miryam Roper. 

O campeão do Grand Slam de Tóquio garante 500 pontos; o segundo, 300; e o terceiro, 200. A divulgação da atualização do ranking depois da competição vai definir quem se manterá automaticamente na seleção principal no ano que vem. Para isso, é preciso estar na zona de ranqueamento olímpico - até o 22º lugar no masculino e até o 14º no feminino sem descarte. Os que não conseguirem esse objetivo, terão que disputar a Seletiva Rio 2016 – Etapa II no Rio de Janeiro de 13 a 15 de dezembro


Confira abaixo os representantes brasileiros no Grand Slam de Tóquio:

Sarah Menezes (48kg, A.J. Expedito Falcão/PI)
Nathália Brigida (48kg, Minas T.C./MG)
Érika Miranda (52kg, Minas T.C./MG)
Eleudis Valentim (52kg, E.C. Pinheiros/SP)
Rafaela Silva (57kg, J.C. Instituto Reação/RJ)
Ketleyn Quadros (57kg, Minas T.C./MG)
Mariana Barros (63kg, Palmeiras/Mogi/SP)
Katherine Campos (63kg, C.R. Flamengo/RJ)
Maria Portela (70kg, SOGIPA/RS)
Nádia Merli (70kg, E.C. Pinheiros/SP)
Maria Suelen Altheman (+78kg, A.J. Rogério Sampaio/SP)
Rochele Nunes (+78kg, SOGIPA/RS)

Felipe Kitadai (60kg, SOGIPA/RS)
Eric Takabatake (60kg, E.C. Pinheiros/SP)
Charles Chibana (66kg, E.C. Pinheiros/SP)
Luiz Revite (66kg, A.J. Rogério Sampaio/SP)
Marcelo Contini (73kg, E.C. Pinheiros/SP)
Alex Pombo (73kg, Minas T.C./MG)
Eduardo Santos (90kg, SOGIPA/RS)
Eduardo Bettoni Silva (90kg, Minas T.C./MG)
Renan Nunes (100kg, SOGIPA/RS)
Rafael Buzacarini (100kg, A.D. São Caetano/SP)
Rafael Silva (+100kg, E.C. Pinheiros/SP)
David Moura (+100kg, Kodokan Cuiabá/MT).
Ler mais: http://www.boletimosotogari.com/#ixzz2lxii2PY7

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Os Números no Judô

 Quando estamos em UTIKOMI-RENSHU (Treinamento de Técnicas), RANDORI (Treino Livre), TAIKAI (Campeonato) ou em um aquecimento, precisamos contar de 01 até 10 ou de 01 até 20 para marcar o numero de vezes que são feitos determinados aquecimentos, ou o tempo em que se imobiliza um adversário no tatame, então podemos contar em português mesmo ou em Japonês que ficaria assim:



            1. Iti

 11. Dyu-Iti 
            2. Ni

 12. Dyu-Ni 
            3. San

 13. Dyu-San
            4. Shi   
                                                      
14. Dyu-Shi
            5. Gô

15. Dyu-Gô
            6. Roku

16. Dyu-Roku
            7. Hiti

17. Dyu-Hiti
            8. Hati

18. Dyu-Hati 
            9. Kyu

19. Dyu-Kyu
            10. Dyu 

20. Ni-dyu


Obrigado Até Mais (:

MOKUSÔ


Japão tem judô como disciplina escola e estimula "golpe perfeito"

O fundador do judô, Jigoro Kano, era educador e foi dono de escola de inglês antes de abrir sua academia. O "Pelé do tatame", Yasuhiro Yamashita, invicto ante estrangeiros nas 559 lutas que fez, atualmente ensina na graduação de professores em uma faculdade de educação física.
Um exemplo remoto e um atual ilustram a ligação entre a modalidade e o ensino. Um vínculo tão forte que leva o país de maior êxito nos tatames a ter o judô como disciplina escolar.
No Japão, que tanto se orgulha de ser o berço de uma das raras modalidades olímpicas em que os contendores se curvam em sinal de respeito antes e após o combate, o judô transcende a importância esportiva.
"Uma das razões do sucesso do judô no Japão é o fato de ser incentivado nas escolas. Passa valor educacional, calcado na humildade e no espírito esportivo. Tem apoio da sociedade", diz Yamashita, dono de um ouro olímpico e nove Nacionais na classe sem limite de peso.
Hoje docente na Universidade de Tokai, ele vai à etimologia do termo judô para explicar sua influência na sociedade.
"O significado de 'Do' é 'caminho'. Os valores transmitidos pelo esporte se aplicam à vida de muitos japoneses."
Os valores a que ele se refere são resumidos na fórmula "melhor uso da energia e bem-estar mútuo", cunhada pelo fundador do judô, Jigoro Kano, para nortear a modalidade.
"Significa conseguir o resultado máximo com o mínimo uso de força e valorizar o oponente. Sem ele um judoca não tem como evoluir", conta o professor Naoki Murata, curador do museu do Kodokan, instituto fundado por Kano em 1882.
Na prática, diz ele, com autoridade de faixa-preta 7º dan, isso aparece na incessante busca pelo ippon. "Ensinamos a busca pelo golpe perfeito. Por isso, nos eventos japoneses não há koka [menor pontuação internacional, atribuída ao atleta que faz o rival cair sentado]."
De fato. Nas mais de três horas de treino de luta que a Folha presenciou em Tokai, com os 65 faixas-pretas da equipe nas quatro categorias acima de 81 kg, os judocas sempre buscaram técnicas para finalizar os combates de maneira súbita.
Golpes que costumam render menos pontos --catadas de perna e técnicas de projeção lateral-- não foram vistos.
Quando atacados, os universitários não retraíam o corpo, abaixando o quadril de forma defensiva. Sempre tentavam posição para contragolpear.
"O objetivo é jogar, não fazer pontos. A responsabilidade do judô japonês é expandir isso, que é o judô correto. A questão não é vencer a luta, mas perseguir esse golpe", resume Ken Agemizu, técnico de Tokai.
Com a diretriz, ele mantém na equipe até quem não tem ambição no plano esportivo.
É o caso de Kentaro Kodoma, 21, que já abandonou há tempos o sonho de chegar à seleção. "É meu último ano como competidor universitário. Quero me formar e ensinar o judô para crianças", comenta o estudante de educação física.
Ele avalia que o judô o tornou mais esforçado e disciplinado, o que tentará transmitir aos seus alunos. A missão que o futuro professor se impõe é realizada diariamente no Kodokan, berço da modalidade.
Foi em sua academia que Jigoro Kano rompeu com a tradição dos mestres do jiu-jitsu japonês e, em vez de transmitir secretamente as técnicas para apenas seu discípulo mais graduado, democratizou o ensino.
"Kano ensinou também às mulheres. E, como falava inglês perfeitamente, exportou o judô", comenta Murata, para narrar como e por que o judô suplantou o jiu-jitsu no Japão.
Hoje, meninos e meninas, a partir dos quatro anos, dividem o tatame do Kodokan nas aulas para iniciantes.
Apesar de preservar as tradições, a academia é permeável a novidades vindas do exterior, como relata Mikihiro Mukai, chefe do treinamento infantil.
"Em 12 anos como treinador da seleção júnior feminina, notei que as crianças se divertiam mais nas aulas fora do Japão do que aqui, onde são ensinadas de forma mais severa e disciplinada. Quando assumi o posto no Kodokan, em 2005, mudei um pouco as aulas, estimulando o lado lúdico, orientando as crianças a imitar bichos como gorila, canguru, rã, camarão..."
Deu certo. Hoje há mais crianças na academia. E elas aprendem brincando. Imitações de animais são as posições usadas nos golpes mais tarde. Mas a influência estrangeira demandou uma contrapartida.
Com a profusão de golpes "importados" de outras lutas nos eventos internacionais, em que raramente os mais novos têm condições de ver algumas técnicas "puras", a solução foi incentivar eventos de kata --luta simulada, com demonstração de golpes em duplas.
"É o básico da modalidade. Incentivamos a presença das crianças nos torneios de kata, para que vejam as técnicas perfeitas", conta o 8º dan Saburo Matsushita, diretor de instrução do Kodokan.

Fonte: Folha de S.Paulo - LUÍS FERRARI



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